segunda-feira, 20 de junho de 2016

SEGUNDA MISSÃO DAS COMUNIDADES EM DEFESA DA VIDA!!! afetadas pela mineração na região de Picos (Curral Novo)

              

 A Comissão Pastoral da Terra regional do Piauí (CPT-PI) com o apoio da Diocese de Picos, a Paróquia São Simão, o Coletivo Antônio Flor, Pastoral da juventude, Conferências das Religiosas e Religiosos do Brasil e os Movimentos Sociais, realizou de 17 a 19 de Junho, a segunda "Missão das comunidades em defesa da vida", com as famílias atingidas pelos projetos da Mineração e Ferrovia Transnordestina nos municípios de Curral Novo, Simões e Paulistana, no Piauí com o Tema: “EU VI E OUVI O CLAMOR DO MEU POVO” e o Lema:”AQUI É NOSSO CHÃO”.

 Os grandes projetos chegam na região sul do estado visando o desenvolvimento local, entretanto esse desenvolvimento vem assolando as famílias que ali residem pelas ameaças e transtornos que as invasões de máquinas e pessoas ocasionam em suas vidas e propriedades. 
            Os municípios de que fazem parte as comunidades estão localizados na mesorregião sudoeste piauiense, microrregião do alto-médio Canindé, Território da Cidadania Vale do Guaribas, situados no semiárido piauiense, a 480 km ao sul de Teresina, capital do Piauí.

               A programação teve inicio com a celebração da santa missa a igreja de Curral novo e depois todos se dirigiram em caminhada pelas ruas até o açude da cidade representando a água que temos e queremos em quantidade e qualidade através de uma encenação da PJ, em seguida as equipes de missionários se dividiram e se dirigiram às comunidades.


                Com o diagnóstico realizado antes e durante a primeira missão, que se deu em agosto de 2015 na mesma região, esse trabalho veio fortalecer as comunidades animando e revigorando suas forças para a persistência na luta. O conhecimento dos seus direitos através dos relatos de moradores sobre o desrespeito que vêem sofrendo pelas empresas que ali se instalam são o propósito maior desse encontro além de levar a boa nova do evangelho. 

                    Durante a missão aconteceu uma reunião entre os representantes das comunidades, sindicato dos trabalhadores rurais, advogados do Coletivo Antônia Flor e a empresa Bemisa, mineradora local, além da presença do Bispo da Diocese de Picos-PI, Dom Plinio José. Essa reunião teve como pauta as ameaças e pressões que os moradores ainda sofrem da empresa para que saiam de suas casas, bem como a entrada de funcionários da Bemisa nas propriedades sem permissão dos proprietários, e o desconhecimento do EIA/RIMA realizado pela empresa a mais de dois anos. O representante da empresa, Ruan Alves, não detinha conhecimento sobre os questionamentos apresentados por trabalhar no setor operacional, logo, foi proposto que a empresa desse um posicionamento através de um representante do setor administrativo e foi estipulado um prazo de quinze dias para que a Comissão das Comunidades Atingidas Pela Mineração tenham estas respostas.


                    O morador da Localidade Lagoa do Ovo Sr. Heron relata que não fará mais a construção de um banheiro em sua residência com por que a Bemisa vai vir e tomar as casas mesmo e seria um investimento à toa. Já a Sr. Fabiana da mesma localidade disse: " Agente não pode fazer uma cerca mais, criar um bicho porque a gente não sabe se a terra é nossa ou da empresa."

                Cerca de cem (100) missionários, entre estes, agentes da CPT, jovens e religiosas colaboram voluntariamente com visitas ás famílias atingidas pela mineração, estudos sobre direitos, impactos socioambientais e o papel da igreja junto aos povos do campo para que nestes três dias as comunidades impactadas pela mineração e outros projetos possam unidas e organizadas revigorar suas forças e permanecer na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, que traga vida e não morte das criações de Deus.

Confira as imagens da missão nos links abaixo:



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