A Comissão Pastoral
da Terra regional do Piauí (CPT-PI) com o apoio da Diocese de Picos, a Paróquia
São Simão, o Coletivo Antônio Flor, Pastoral da juventude, Conferências das
Religiosas e Religiosos do Brasil e os Movimentos Sociais, realizou de 17 a 19
de Junho, a segunda "Missão das comunidades em defesa da vida", com
as famílias atingidas pelos projetos da Mineração e Ferrovia Transnordestina
nos municípios de Curral Novo, Simões e Paulistana, no Piauí com o Tema: “EU VI E OUVI O CLAMOR DO
MEU POVO” e o Lema:”AQUI É NOSSO CHÃO”.
Os grandes projetos chegam na região sul do estado visando o
desenvolvimento local, entretanto esse desenvolvimento vem assolando as
famílias que ali residem pelas ameaças e transtornos que as invasões de
máquinas e pessoas ocasionam em suas vidas e propriedades.
Os municípios de que
fazem parte as comunidades estão localizados na mesorregião sudoeste piauiense,
microrregião do alto-médio Canindé, Território da Cidadania Vale do Guaribas,
situados no semiárido piauiense, a 480 km ao sul de Teresina, capital do Piauí.
A programação teve inicio
com a celebração da santa missa a igreja de Curral novo e depois todos se
dirigiram em caminhada pelas ruas até o açude da cidade representando a água
que temos e queremos em quantidade e qualidade através de uma encenação da PJ,
em seguida as equipes de missionários se dividiram e se dirigiram às
comunidades.
Com o diagnóstico realizado antes e durante
a primeira missão, que se deu em agosto de 2015 na mesma região, esse trabalho
veio fortalecer as comunidades animando e revigorando suas forças
para a persistência na luta. O conhecimento dos seus direitos através dos
relatos de moradores sobre o desrespeito que vêem sofrendo pelas empresas que
ali se instalam são o propósito maior desse encontro além de levar a boa nova
do evangelho.
Durante a missão
aconteceu uma reunião entre os representantes das comunidades, sindicato
dos trabalhadores rurais, advogados do Coletivo Antônia Flor e a empresa
Bemisa, mineradora local, além da presença do Bispo da Diocese de Picos-PI, Dom
Plinio José. Essa reunião teve como pauta as ameaças e pressões que os
moradores ainda sofrem da empresa para que saiam de suas casas, bem como a
entrada de funcionários da Bemisa nas propriedades sem permissão dos
proprietários, e o desconhecimento do EIA/RIMA realizado pela empresa a mais de
dois anos. O representante da empresa, Ruan Alves, não detinha conhecimento
sobre os questionamentos apresentados por trabalhar no setor operacional, logo,
foi proposto que a empresa desse um posicionamento através de um representante do
setor administrativo e foi estipulado um prazo de quinze dias para que a
Comissão das Comunidades Atingidas Pela Mineração tenham estas respostas.
O morador da Localidade
Lagoa do Ovo Sr. Heron relata que não fará mais a construção de um banheiro em
sua residência com por que a Bemisa vai vir e tomar as casas mesmo e seria um
investimento à toa. Já a Sr. Fabiana da mesma localidade disse: " Agente
não pode fazer uma cerca mais, criar um bicho porque a gente não sabe se a
terra é nossa ou da empresa."
Cerca
de cem (100) missionários, entre estes, agentes da CPT, jovens e religiosas
colaboram voluntariamente com visitas ás famílias atingidas pela mineração, estudos
sobre direitos, impactos socioambientais e o papel da igreja junto aos povos do
campo para que nestes três dias as comunidades impactadas pela mineração e
outros projetos possam unidas e organizadas revigorar suas forças e permanecer
na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, que traga vida e não
morte das criações de Deus.
Confira as imagens da missão nos links abaixo:
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